domingo, 27 de julho de 2008

Ascendentes e descendentes



Uma das verdades dessa vida é que os avós são pais açucarados. Compete aos pais educar os filhos e aos avós cabe tudo, mas com tolerância máxima.

A regra é que os netos chegam na fase de nossas vidas em que estamos dormentes, exauridos por reclamar, apontar caminhos, - os guris preferem veredas, atalhos, - sonolentos ainda por noites mal dormidas num passado não distante, enfim, com o coração mais tolerante, mais contemplativo, ligado em coisas realmente mais importantes e belas, como observar o vôo dos beija-flores, o nascer e o por do sol, a luz do luar, um gesto de amizade...

Chegaram-nos lindos, apesar da miopia e da plesmiopia que já nos acometem.
Os avós e os netos são como arco-íris, onde a esquerda da parábola é a curva ascendente da vida e a direita a descendente, não menos bonita, ambas multicores e os extremos tocando o chão da inocência, juntos!

É por isso que os avós tratam os netos como coleguinhas de infância e aí haja traquinagens, boas gargalhadas e cumplicidade em tudo, até esconder dos titulares uma nota baixa na escola.

Estragamo-lhes os dentinhos com tantos doces que, se não nos impedem, ficariam ainda mais parecidos com a gente...!

A expectativa de vida atual permite-nos que sejamos bisavós ainda lúcidos. Lembro-me de meus quatro avós e cada um regou o meu coração com suas bondades. Faço a rima com saudade...

É assim que têm que ser os avós, lembrando que no final do arco-íris, não há um pote de ouro, mas algo muito mais valioso: um avô ou uma avó, loucos pelos netos!

A EXPOCRATO 2007 está chegando e será a ocasião perfeita para grandes encontros e encantamentos. O plano é reservar os trocados e curtirmos juntos em paz, ascendentes e descentes, com “monga” e tudo!
Crato.(Ce), junho de 2007.
Dr. João Marni de Figueiredo

2 comentários:

Cassandra disse...

"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito."
Carlos Drummond de Andrade

E eu só escuto. Encantada e com uma admiração profunda, escuto. Escuto porque amo. Amo o médico, o homem que me viu e vê crescer, o poeta, o ídolo, o pai de coração... e todas as outras faces que o senhor tem pra mim.
beijos!

Vicente Neto disse...

Fí de uma mãe... Tu és um arrombado. Vai escrever assim lá em Liverpool. Rararara.
Era pra tu está aqui. Tô lembrando que só de tu aqui, nos jazz q estou indo todo dia...
Em liverpool é que vai ser pau!
Fica olhando meu Blog que eu estou fazendo menção a vocÊ.
Abraço companheiro de oiças jazzisticas.