domingo, 19 de agosto de 2012


                                                                   ENZO 

         Seu avô paterno tinha então 29 anos quando, nos braços, recebeu seu pai, Leonardo, nosso caçula. Lembro-me que o beijei tanto que quase o desboto __ como beijei também seus tios Monalissa e David. Você, Enzo, começou bem, pois tem um avô beijoqueiro! No momento em que você chegou  o recebi vindo do berço materno ,e acolhi-o em meus braços trêmulos. A emoção é bem maior mesmo, e senti novamente pela sétima vez na minha vida algo sobre os meus ombros, como o roçar da asa de um anjo... O sétimo anjo! Deixamos para Deus, in útero, João, nosso 3º filho.
 Meu bebê, irei fuçá -lo tanto, farei tantas cócegas e piruetas à  espera somente do seu sorriso...O incentivarei a engatinhar e a por -se de pé. Quando caminhar por si, melhor ainda se Deus me escolhesse para seguir você sempre, como mais um anjo, o oitavo. Você não sofreria injúrias de ordem nenhuma, pois eu as absorveria. Na escola, sussurraria ao seu ouvido que especial atenção desse  aos professores e que convivesse com os colegas na medida e na liberdade com que gostaria você que lhes dispensassem. No esporte, que reconhecesse o talento dos demais sem inveja, mas vendo-os como modelos. Na juventude e adultície, faria com que  não se apegasse a coisas do homem, mas às coisas de Deus. Finalmente, depenado, pois tarefas assim não são fáceis, tomaria um banho de satisfação, pois teria cuidado de um Homem. Pois é, os filhos são como “petiscos” de Deus para os pais e, na vida, às vezes, nem tão gostosos! Já os netos... ah, os netos são os presentes! É quando de fato começa a festa e a orquestra já afinou os instrumentos, deixando os avós com aquela sensação boa na dança, a pedir bis várias vezes para que nunca acabe. Querem saber, valeu e tem valido a pena. Nos grandes encontros, pode-se ouvir a gargalhada  d’ELE. Éramos só você e eu, Fátima, pouco depois já somos tantos! Queridos netos Breno, Maria Alice e Enzo, com vocês estou desaprendendo a ser grande. Estou bem melhor e mais feliz hoje.  Obrigado. Vô e vó.

João Marni de Figueiredo
Crato, 09.08.2012