terça-feira, 22 de julho de 2008

SOB O CÉU DO DESERTO



Necessário é que nos recolhamos e que fiquemos frente a frente com nós mesmos, não de um espelho, pois a imagem seria invertida.
Falo do mergulho ao nosso interior, buscando nossos motivos, com a alma nua e em silêncio, capaz então de perceber nossos ruídos, nossas dores, nossas culpas e os aplausos pelos nossos acertos.

Não será uma balança, posto que gramas do que fazemos pelo próximo pesam muito mais do que quilos por nós mesmos, quando no nosso prato só a vaidade, o egoísmo, a insensatez, a grosseria, a ingratidão e a cegueira - apesar de tanta luz -, e a mudez quando não gritamos pelo outro diante de uma injustiça!

Isso tudo deveria dar dó na gente!... Mas a percepção de que somos capazes de gestos bonitos, como perdoar ou “fazer o bem sem olhar a quem”, e saber que aquele sorriso que nem é para nós ficarmos felizes à distância, dá-nos esperança. É gratificante!
Entregar-se, doar-se, arriscar-se, não pensar mais em si.

No silêncio, olhar para cima e maravilhar-se com as constelações, tendo a convicção de nossa pequenez e que fizemos o que deveríamos ter sido feito!...Se assim for, ao amanhecer e durante todo o dia, o calor não nos incomodará e á noite o frio cederá lugar á beleza!

De quem temos que lembrar?

Crato (Ce),14 de julho de 2007
Dr. João Marni de Figueiredo

Nenhum comentário: