sexta-feira, 11 de julho de 2008

CONCURSO PARA ANJO DA GUARDA




O anjo da Morte está ali, não há como escapar, não avisa e nem dá prazo: é perverso. Que argumentos teríamos a persuadi-lo para ainda não nos levar? Provavelmente tentaríamos iludi-lo com razões afetivas, familiares, esquecendo-nos que já estamos sujos demais.
E de uma criancinha, que esperaria o Anjo das viagens não perdidas que dissesse ela? É um “cara de pau “esse” papa anjo “! Criança não avalia a vida, apenas corre pela sua superfície, vivendo sabiamente o presente, sem projetos. Livre! Precisa ser melhor amada, melhor cuidada por nós adultos, pais e avós, fazendo a nossa parte e pedindo a Deus benção e proteção. Crianças são maravilhosas máquinas de afeto, esperança da raça e do planeta, como Isabela, Luana, Madeleine, Anne Frank e tantas e tantas outras.
Onde se encontrava o Anjo da Vida, o que estava a fazer quando elas foram colhidas antes do futuro?Por que trabalha com mais “competência” e dedicação o outro anjo, o da Morte, sempre à espreita, sempre tão rápido?De onde adquire tamanha performance? Estará o Anjo da Guarda com osteoporose, artrítico, surdo, cego ou com Alzeheimer? Será ele sócio do outro em alguma funerária? Sendo um guardião, o Anjo da Guarda não deveria esperar pelo livre arbítrio de uma criança, já que a mesma não tem discernimento nas escolhas e dos perigos... Se caminhas lado a lado do teu pequeno protegido nas aventuras dele, deverias não descuidar um só segundo, ser mais rápido. Afinal, para que as asas?
Que o criador mande publicar edital de concurso publico para novos anjos da vida, visto que o homem se reproduziu demais, após o “Crescei e multiplicai-vos”, sobrecarregando os já existentes. Que exija para inscrição apenas quem não tenha ascendência corrupta ou não distorça nem elabore mal as leis, não minta e não se disfarce sob o manto de qualquer ordem, religiosa ou liberal. Queremos para nossos filhos anjos mais presentes, podendo ser mesmo de carne e osso, - matéria feita para o braço, - que atendam suas necessidades e protejam sua dignidade, como os que já existem nas noites de algumas cidades (Anjos da Noite), acudindo moradores de rua, ou os representados por ótimos professores, ótimos médicos, ótimos policiais, ótimos funcionários públicos etc., mal remunerados, porém de grande coração.
Os novos anjos ouviriam de seus pequeninos protegidos, a todo o pulmão, confiantes, a oração que os consagram:

“Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador,
que a ti me confiou, a Piedade Divina,
Sempre me rege ,me guarde,
me governe e me ilumine.
“AMÉM”


Crato (Ce), 13 de maio de 2008.
Dr. João marni de Figueiredo

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