sexta-feira, 11 de julho de 2008

O MURO DAS LAMENTAÇÕES



O grande amor – retratado no próprio Deus e na amada – e os amigos, são conquistados. É preciso algum tempo para uma aproximação maior, um reconhecimento e aceitação, após a revelação dos corações. Um processo que envolve troca de energia espiritual e, por fim, a entrega em clima de total confiança mútua. No entanto, a relação do homem com seu representante social, político, é irresponsável. Não há a preocupação com a qualidade moral ou de compromisso daqueles que administram o destino de um povo, sua saúde, educação, segurança etc. Essas entidades podem estragar a excelência de nossas vidas. É como se fosse o suco de laranja, quando um só gomo estragado torna imprestável o todo. Quando indiciados, escondem-se sob o manto de suas próprias leis e são ajudados pelos demais a permanecerem em nossas jugulares, tais vampiros eleitos. Chegam a renunciar para não serem cassados, voltando imaculados no pleito seguinte. Têm foro privilegiado, - coisa de pai para filho -, chegam a julgar os colegas em votação secreta, para que não saibam quem protegeu quem... Tristes ficamos, em solilóquio, a questionarmos nossas escolhas. Melhor do que aceitarmos com o rabo entre as pernas, qual subordinados da matilha, onde o alpha é um desses Calheiros do cenário político.
Por que somos tão passivos e tolerantes com eles? Deveríamos ser tolerantes e compreensivos com nossa cara-metade e com os amigos, muitos de longas datas, com direito a mais perdões. Sim, a amada e os amigos, apesar de serem do peito, à vezes revelam-se fracos, o que nos remete à condição humana.
Mas não deveríamos perdoar aquelas pessoas urticantes, pagas por nós para zelar pela coisa pública. Mais um ano eleitoral se aproxima. Valorizemos bem nossos ombros, lugar onde dormem e acalentamos nossos filhos, onde apoiamos e permitimos que chore o nosso amor.
As mãos dos usurpadores de nossas esperanças, também costumam pousar lá e, antes da saída, percutem nossas costas com falsas promessas.
Amargaremos o dia em que o horizonte, para nossos filhos, no futuro, poderá ser apenas uma linha que se afastará sempre à aproximação deles: uma miragem. Morrerão sedentos, por culpa nossa, por havermos jogado nuvens de confetes em gente não merecedora, cujas, “qualidades” não cabem numa só unidade desses diminutos papéis esvoaçantes. Depois, não faz sentido ficarmos batendo com a cabeça no muro, onde estiveram sempre os nossos sonhos, novos horizontes. Deus não está petrificado em nenhum muro, nem é chegado a lamúrias ou lamentações. Melhor a linguagem simples e sincera que certamente aguça a atenção Dele, como quando estendemos a mão para o carente.
Estamos chegando ao final de mais um ano, Lutemos para que o próximo seja o marco de dias melhores. Nós temos o poder. Desejamos-lhes um Natal de luz, de sincrônica luz, atração dos vagalumes em encontros verdadeiros, duradouros, felizes, como preconiza o Filho de Deus, desde a manjedoura!


Crato (Ce), Dezembro de 2007.
Dr. João M
arni de Figueiredo

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