quinta-feira, 10 de julho de 2008

MEU PAI ERA ASSIM...

Um sonhador, já vitorioso. Um simpaticíssimo rapaz que ao descer do trem vindo de Quixadá, no pós guerra, firmou seus pés neste chão um de cada vez, mas imagino-o moleque, com os dois pés e um coração!
Elevou então seus olhos azuis e ficou fascinado pelo Cristo Rei!
Um abençoado, conduzindo sempre seu enorme sorriso de pura irreverência. Caridoso, manso, de língua contida quando o assunto era o outro. Homem de bom gosto em tudo. A começar por minha mãe! Um fazedor de amizades. Por último, gravou na retina de cada um que o conheceu, a imagem do humilde, do louco pela vida, do apressado.
O homem só alcança seus objetivos se sonhar e trabalhar. O trabalho pode dignificá-lo e até revelar quem ele é. Coisas de passar os outros para trás não se perpetuam, pois resultam em frutos da esperteza, que podem até durar,
mas são meros acúmulos. Sem história.
Meu pai foi bom. Meu pai foi e é unanimidade. Onde chego. Aonde vou.
Parece até que não existimos, os filhos. Afinal somos sempre a referência dele: os filhos de Cândido!
Chego a imaginar também que ele teria conseguido erguer a lendária EXCALIBUR! Pelo menos lá em casa sim, foi sempre o nosso herói...
Voou tão alto o meu pai, tomou tamanho impulso por suas atitudes, que despertou mais ainda a atenção do Criador!
Ao contrário de Ícaro, em suas asas nossos corações!

Crato (Ce), Abril de 2007
Dr. João Marni de Figueiredo

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