terça-feira, 22 de julho de 2008

AVISEM AOS PÁSSAROS



Se eu fosse uma árvore, gostaria de viver todas as estações por anos numerosos, esgotando toda a minha seiva e deixando cair a última folha numa brisa matutina.
Dos meus galhos, que o homem fizesse pelo menos um cajado para que pudesse servir de apoio a alguém humilde ou idoso. Ou um cabo de guarda-chuva para o mesmo senhor. Nunca uma bengala, pois certamente correria o risco de não ser alívio, mas ostentação para algum arrogante vaidoso e depois, já fora de moda, ficar esquecido num sótão...
Meu tronco deveria voltar a compor o solo, levando consigo as mensagens dos namorados. Assim, teria esperança de que meus átomos se reuniriam novamente na formação de uma nova árvore. Avisem aos pássaros!

Dr. João Marni de Figueiredo
Crato (Ce), 05 de julho de 2007.

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